O que é depressão? Qual a prevalência?
Depressão é uma doença que afeta 350 milhões de pessoas no mundo. De acordo com OMS, dessas 800.000 morrem de suicídio por ano.
Quando suspeitar de depressão? Quais os sintomas?
Diversos são os sintomas de depressão, dentre eles, podemos citar: alteração no ciclo sono vigília, fatiga, humor deprimido e perda de concentração por no mínimo duas semanas.
Esses sintomas causam impacto negativo na funcionalidade ou seja na capacidade de realizar atividades diárias, como tomar banho, vestir-se e limpar a casa.
O avançar da idade causa diversas alterações no corpo que podem ser somáticas e emocionais.
Muitas vezes o acumulo emocional de experiências negativas pode levar a humor deprimido sendo uma característica de depressão.
O que é dor? Como a dor correlaciona-se com a depressão? Dor x Nocicepção?
A dor tem características similares com a depressão o que é explicado pela definição de dor. De acordo com a IACE, Dor ‘é uma experiência emocional e sensitiva desagradável associada, ou parecida, que se associa a uma lesão tecidual atual ou potencial’.
Por tanto, dor é algo individual que varia de acordo com fatores biológicos, pessoais, psicológicos e com experiências de vida.
Toda dor deve ser respeitada. A dor causa alterações na função psicológica e social do indivíduo.
Dor é diferente de nocicepcao, pois nocicepção é resposta do sistema nervoso à um estimulo nocivo. Nem toda dor tem um estímulo nocivo.
Muitos estudos comprovam que a prevalência de depressão aumenta com a idade. Além disso, também está relacionada com distúrbio cognitivo, problemas de saúde, quadro severos de desabilitações e baixo nível socioeconômico.
A prevalência da depressão varia de acordo com a região, por exemplo países ocidentais tem 16,5 % de depressão, em pessoas acima de 50 anos.
A prevalência de dor crônica no idoso varia muito de acordo com a região, por exemplo, na população em geral, no Canadá 15,1% das pessoas tem dor crônica e, na Suécia, 48,9% das pessoas.
O nível socioeconômico, a idade avançada, a obesidade e o gênero feminino também são fatores de risco para dor crônica.
Outros estudos apontam que dor crônica é prevalente em 55% das pessoas com 60 anos ou mais e 62%, com 75 anos ou mais.
A Dor crônica aumento o risco de depressão em 2,5 a 4,1 x. Pacientes com depressão tem três vezes mais chances de dor não neuropática e 6x mais chance de ter dor neuropática. 13% dos idosos sofrem de depressão e dor crônica. Ambas tem uma grande prevalência em idosos.
Como é a fisiopatologia da relação entre dor crônica e depressão?
A inter-relação entre dor crônica e depressão ocorre através do processo de neuroinflamação.
Na dor crônica, a neuroinflamação é frequentemente o resultado de lesão periférica e ativação do neurônio sensitivo primário. As células da glia e os mastócito atuam no sistema somatosensorial comprometendo a funcionalidade das células neurais.
A microglia, no sistema nervoso central é semelhante aos macrófagos. A micróglia, durante inflamação crônica, tem um padrão fenotípico ou seja são preparadas para patologias prévias, ou predispostas geneticamente.
Os mastócitos contribuem para processo inflamatório pois ativam o sistema imune periférico que sinaliza para o cérebro.
A desgranulação dos mastócitos ativam o caminho nociceptivo e causa hipersensibilidade tátil a dor.
Há evidências que a inflamação no sistema nervoso contribui para sensibilização e cronificação da dor.
Alguns estudos comprovam, que processo inflamatório prévio com aumento de cortisol e citocinas inflamatórias estimulam a micróglia e os astrócitos o que causam supressão da neurogênese e neuroplasticidade e sintomas semelhantes a depressão. Além disso, o processo inflamatório, na depressão, promove alterações no sistema nervoso central.
Portanto, comprova a teoria que depressão e dor tem um mecanismo interligado.
Estudos comprovam que existe uma relação entre dor crônica e depressão através de um ciclo como identificado no gráfico abaixo:
Qual o tratamento da dor crônica e da depressão?
O tratamento tanto da dor crônica como da depressão pode ser feito através de:
- Terapia farmacológica com medicamentos
- Antidepressivos Tricíclicos
- Amitriptilina
- Normitriptilina
- Inibidor Seletivo de Recaptação de Serotonina
- Fluoxetina
- InibidorSeletivo deRecaptação de Norepinefrina
- Duloxetina
- Venlafaxina
- Antidepressivo serotoninérgico e noradrenérgico específico
- Mirtazapina
- Inibidor de recaptação de Norepinefrina e Dopamina
- Bupropion
- Inibidor derecaptação e antagonista de serotonina
- Trazodone
- Antidepressivos Tricíclicos
- Terapia não farmacológica
- terapia cognitivo comportamental
- acupuntura.